sexta-feira, abril 22, 2011

há coisas lindas
na boca de um passarinho.
um querer, talvez,
de um céu azul até a eternidade.
ou até mesmo a tardinha de um amor.

hay cosas más bellas
nos teus olhos tímidos
gosto de mel ou café
guardando o momento que suspiro.

canta no meu ouvido, beija-flor,
esses olhares criadores
que preciso é de uma música
para embalar tudo que sinto.

segunda-feira, abril 18, 2011

às vezes é preciso um sopro. sabe, um mexer de lábios inseguro, me conta uma história bonita para eu dormir em paz. porque, vou te dizer, não tenho dormido bem. ando pensando sobre a vida, sobre as coisas, sobre a hora de ir embora. tenho sentido muito medo.
é difícil admitir que se sente medo, não é? às vezes estou tão feliz que tento me agarrar desesperadamente ao agora. mas me vêm imagens, a morte, a dor, a velhice, a angústia.
aquelas crianças naquela escola assassinadas de forma tão brutal. vidas interrompidas. e será que há outra forma de morrer senão interrompendo o que existe de mais belo? por quê, meu deus? não sabemos o que vem depois, e isso é desesperador. por isso sofremos tanto quando as pessoas se vão. além da saudade, é porque tememos por elas.
e eu estou tão convencida de não saber o que fazer que às vezes me pego chorando pensando coisas horríveis. queria ter algo ao que me agarrar para me confortar.

acordo pensando assim: hoje farei tudo diferente. quando vejo, o dia já passou e estou aqui escrevendo, na frente do computador. mas sei que, no fundo, não adianta. aliás, não basta.
nada basta.