quarta-feira, julho 11, 2007

Árvore, magnífica árvore!

Era uma tarde cinzenta, o tempo estava razoavelmente fresco, e as ruas com gotas de uma chuva que acabara de ir-se. O inverno finalmente desabrochara. Não havia muitas pessoas na rua de manhã e nem quando começou a entardecer. Somente um pouco mais à tardinha.
Mas vamos ao fato: havia um homem que vinha do trabalho para casa, todos os dias, pelo mesmo lugar. Andava com sua maleta, seu chapéu cinza (como nossa tarde!) e seus sapatos impecavelmente brilhantes. Mas, hoje, quando virou a esquina de uma viela principal, parou subitamente, como se estivesse encantando, em frente a uma árvore, que sempre estivera ali, há muito tempo.
Bem, ele ficou parado, olhando para a árvore, durante alguns minutos apenas, até um senhor de bengala, com cara de irritado, resolver parar e também olhar para a àrvore, com muito interesse. Mais duas mulheres também resolveram observar tal mágica coisa que separa pessoas de seus dias tão corridos. E assim foram-se juntando pessoas e pessoas ao redor de nossa querida planta.
Quando se fez noite, e ninguém arredava o pé da frente da verdinha, uma criança, na verdade uma menininha, viu o tumulto na viela e resolveu ver do que se tratava. Aproximou-se das pessoas, percebeu que olhavam fixamente para a árvore. Olhou também para ela. Mas, ora, não conseguiu ver nada de diferente.
Com sua bela inocência, resolveu perguntar por que tanto olhavam!

- Gente, por que vocês estão olhando pra árvore?

Não conseguiu uma resposta, pelo visto estavam tão concentrados que não a ouviram.
Resolveu gritar.

- Geeeeeente! Por que estão olhando tanto para esta árvore????

Nosso primeiro homem (o de chapéu cinza!) desviou os olhos para a menina, e, meio confuso, respondeu:

- Eu... eu não sei. É que... eu achei a folha muito bonita e intensa hoje, e parei para olhá-la. Porém, não tomei meus remédios hoje, eu tenho uma doença psicológica que me faz entrar em transe! - olhou para o relógio - Oh, céus! Preciso ir!

E foi-se.

As outras pessoas sentiram-se um pouco envergonhadas sabe-se porque facilmente.
E a menina continuou sem entender absolutamente nada.

Foram-se aos poucos disfarçando e voltando aos seus afazeres.



Diga-se lá que o orgulho, às vezes, é maior do que uma simples pergunta. E a vontade de sentir-se com conhecimento, possivelmente, também o é.

5 comentários:

Raphael disse...

hah! Tão bom ver um texto mostar o contrapé de certas coisas ^_^
gostei mto mesmo XD

salsatheone disse...

lol, lógico q o namorado é sempre o primeiro a postar hehehe tem q fazer uma média.

Agora quanto ao texto. Isso é bem comum né? Maria vai com as outras. :P

Anônimo disse...

Isso me parece aquela propaganda.
Eu acho que as pessoas não reparam em certas coisas bonitas, por isso que quero fazer fotografia. Uma dia vou sair tirando fotos.

Anônimo disse...

Melhor desculpa ever a do tiozinho de maleta e chapéu ;]
Gostei muito, principalmente do final. E de vez em quando eu reparo em árvores! ;D

Anônimo disse...

If I were a fortune-teller I'd say:
One day, you will be a famous writer...
You said this is what you would like to hear from one...
Seus textos são muito inteligentes... Beijos!