domingo, junho 21, 2009

antileitura.

com toda vontade e sede
abri o livro que me continha.

deixei que o mundo me lesse.
página por página de tinta borrada,
palavras em negror profundo.

senti os dedos úmidos tocarem meu corpo,
me passearem,
interpretações à flor da pele fugidia.

mas nem toda a linguagem possível
conseguia me ditar em concretismo impessoal.
o que eu possuia era muito mais

ser indefinível e realidade que não se escreve.

4 comentários:

PH Wolf disse...

Lindo, lindo. Tem um toque de erotismo suave, que se mescla às sensações de intimidade que advém de ser lido, concretamente lido. Legal mesmo.

tarsila disse...

Teu melhor poema, sem sombra de dúvida :)

PH Wolf disse...

Até agora, Tarsila, até agora...

B. disse...

gostei