com toda vontade e sede
abri o livro que me continha.
deixei que o mundo me lesse.
página por página de tinta borrada,
palavras em negror profundo.
senti os dedos úmidos tocarem meu corpo,
me passearem,
interpretações à flor da pele fugidia.
mas nem toda a linguagem possível
conseguia me ditar em concretismo impessoal.
o que eu possuia era muito mais
ser indefinível e realidade que não se escreve.