domingo, julho 07, 2013

sem título

tempo, 
motor dos pés, do meu choro e do 
vento
que, leve, surrupia dos lábios 
os segredos e as novas histórias
antigos presentes que não freiam. 

vida,
arrastada, traiçoeira, não há
saída
aqui e do outro lado do mundo
o que foge, o que fica, mesmo que anseie
não é um pedido, mas uma intimação.

solidão

solidão é o que nos resta quando os dedos se perdem na longa distância do adeus. é aquela fome tardia e sem pressa posta em cima da mesa numa tarde de domingo, são as horas marcadas por um relógio quebrado (e mesmo assim teimamos em querer acreditar nesse tempo).
às vezes (e hoje percebo que são incontáveis), ela se manifesta nesse mergulho longo e sem ar entre nós dois. os olhos se arrancam dos corpos e vão passear, saboreando a paisagem e bocejando o cansaço dos dias.