quinta-feira, setembro 18, 2014

taquei fogo no travesseiro
quem sabe assim
como quem mente pro espelho
encinere a dívida do amanhã.
sem receio e pudor
das horas apaixonadas
inventei meu senhor
latente medo do inesperado.
o quarto acordou imerso
era tanta cinza mal guardada
saindo do quarto pr'universo
que até esqueci que morri sufocada. 

domingo, setembro 07, 2014

poema para desaguar.

não deságuo mares nem rios
tampouco palavras
são acalantos, abraços e segredos
empoeirados pelo meu corpo.

tua memória era represa
que me prendia mas também era presa
das mágoas amargas
que agora são doce de amêndoa.

se eu pedir, me guarda
não num pote ou numa casa
mas nesse mundo afora inteiro
que não seca, nem inunda
apenas nos aguarda.