domingo, fevereiro 16, 2014

teu beijou desenhou uma tatuagem nas minhas palavras. deixaram de ser linhas tortas para serem desenhos, pinturas e paisagem desse mundo que toco e escondo pela janela.
pinto teu olhar calado, teu respirar receoso pelos tragos que dou, lembrança de te abraçar com calma e amanhecer não quando o sol nasce, mas quando te vejo sorrir.
chora,
que o coração parte
mas volta.

que a vida se reinventa,
e posso te contar?
ela é possível.

que as mãos se dão
se vão
num abraço longo
com gostinho de mar.
na rua, uma lembrança volante
pedalando pela ciclovia
apostando corrida com o esquecimento.

tanta coisa caiu da bicileta
deixou rastro no caminho
pegadas de lugares e segundos fugitivos.

na vida só não se transforma
o que se muda todo dia
é possível o amor ir embora assim
tão vivo,
tão rebelde,
tão recém-nascido?

terça-feira, fevereiro 04, 2014

faço um canto sem demora
de espera e rouquidão
microfone pifado 
e latas vazias.

por aí, girando de braços abertos
o abraço que te guardei
se consolou num tango ameno. 

traguei umas histórias de bar
músicas em tom de babel
guardei a voz fraca
hoje calada e quieta no seu mergulho.