quarta-feira, junho 20, 2007

Eu.

Hoje eu quero falar sobre mim. Eu basicamente nunca toco nesse assunto por aqui, e quase nenhum texto é realmente subjetivo. Ora, escrevo com a alma, sinto o que a personagem sente, choro com ela. Mas não sou eu quem está perdida, angustiada, feliz, apesar de todos os sentimentos, ambições e medos virem da minha própria alma.
Eu amo escrever. E não é tão simples assim. Eu não consigo amar muitas coisas, sou uma pessoa um pouco fechada para o sentimento do senso comum. Se sinto, sinto intensamente, até sangrar. E é o que sinto quando escrevo: o sangue. Sinto-o pulsar em minha veias, passeando por todo meu corpo até cair em minhas mãos.
Tenho crises constantes quando não consigo escrever, é como se eu estivesse vazia, sem uma parte essencial de mim. Mas acho que isso é normal, afinal tenho muitas crises, algumas delas provavelmente pela minha idade tão singela: quinze.
Não me sinto diferente com quinze anos, de como me sentia aos quatorze. Todavia algo em mim muda a cada segundo que passa, tal como a luz do sol renasce todos os dias. Uns devem chamar este algo de amadurecimento, outros de abandono filosófico, outros de a merda da puberdade. Eu chamo de viver.
Sabe, eu magôo as pessoas com uma facilidade tremenda, e esta é uma das coisas que necessito transformar. Não acredito em personalidade "forte", mas em personalidade difícil. E penso que a minha é um pouco... irritante. Sou sincera demais e a mais, odeio hipocrisia, falo o que der na telha, e em momentos não muito convenientes. Essa sinceridade em excesso machuca muitas pessoas que me rodeiam. Sou teimosa, cabeça-dura, dona-da-razão, orgulhosa, [coloque aqui mais algum adjetivo apto]. Se acho que estou certa, não importa o que você diga, minha opinião não muda! Eu odeio isso. Odeio, odeio, odeio. É algo que tento mudar, mas não consigo. Já melhorei bastante, nada sério.
Possuo uma frieza imensurável, em certos momentos, que me impressiono comigo mesma. Por horas, choro por tudo. Por outras, não derramo uma lágrima. Sou distante, sem nem ao menos perceber. Isso cria uma falsa impressão de mim a qualquer pessoa. Já escutei várias primeiras idéias sobre mim, quase nenhuma bate com a realidade: arrogante, convencida, tímida demais, extrovertida demais, alegre a todo o tempo, triste, séria. Apesar de eu ter um pouco disto tudo, não consigo definir-me, pois me sou a cada momento, e eu sou muitas coisas.
Minha percepção da realidade é a pior de todas: não sei se existo, e pensar nisso deixa-me tonta. Não sei se estou aqui escrevendo, pensando e tentando sentir-me um pouco mais. Difícil de explicar, porém muito fácil de entender. Eu sou a Priscila, eu, eu, eu. Mas, e se eu não me for? E se eu for o que não sou? Bem, acho que algumas pessoas já devem ter-se perguntado sobre isso.
Com relação a achismos, ACHO que isso é algo conceituoso demais. Não acho que música clássica seja melhor que funk. Não acho que sou mais inteligente que o guri que escreve tudo errado. Não acho que ninguém seja melhor que ninguém. Acho que há pessoas boas e ruins, e que essas pessoas ruins podem tornar-se boas e que merecem ser perdoadas se se arrependerem de seus atos. Sou contra todo o tipo de morte, sou contra ao sofrimento e à infelicidade alheia por fatores egoístas.
Bem, eu sou a Priscila, a menina chata, revoltada, amável, respondona, receptiva. Mas, antes de tudo, sou um ser humano com sentimentos. Talvez seja isso que eu deva colocar em minha cabeça: errar é viver, viver é aprender.

Acabou a vontade de falar de mim, vou postar logo antes que dê vontade de apagar esse texto.

3 comentários:

Unknown disse...

Pelo menos eu não sou a única :|

Raphael disse...

Eu te acho menos complicada do que você se acha. Apesar de haver coisas em ti que temo, sim, literalmente temo, jamais poder compreender.
Você é e sempre será meu anjo humano, a mais próxima da perfeição e a mais longíncua.
E sim, não se amadurece, se vive. E espero viver contigo e te ver crescer, em todos os sentidos, e te amo, também em todos os sentidos.

Anônimo disse...

, concordo que isso é viver. cada dia estamos/somos de um jeito. deve ser que você é muitas em uma...
, gostei de aqui. voltarei mais vezes.
, beijos meus.