quarta-feira, outubro 28, 2015

há dias em que precisamos ir embora
levar conosco as flores do vaso
e plantá-las na terra.
deixar na pia do banheiro as lágrimas pingando,
pingando a solidão
que a inundação venha pela estrada
que me carregue pruma noite cheia de abraços.
confesso que há dias em que preciso andar
o rumo incerto, a arma certeira
as mãos vazias de mim mesma
arrancando sementes e raízes dos jardins recém-nascidos
há dias em que se batem portas
e o estrondo jamais será o silêncio de antes...
no fundo, a harmonia do que poderia ter sido.
há dias já não te reconheço mais.

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