acho engraçada essa minha vontade de tomar as coisas de súbito. agora que aprendi a beber as saudades, arranco todos os copos que vejo pela frente e dou um longo gole. como se não bastasse, gosto do cheiro e do suor da tempo, respiro e passo a saliva pelas horas, canto com os segundos que me vão transformando em companheira e irmã das confissões no escuro.
sinto como se estivesse vivendo o mundo, sede de ser e sermos, coragem de entrar na roda e se deixar embalar. outro dia eu rodei rodei sozinha no meio da sala, rodei até ficar tonta e cair no chão, rindo. sensação do embaçado, cores todas juntas, movimentos mais rápidos que eu, a vida que segue em ritmo de música e embriaguez.
não vou esquecer o que você me disse no ponto do ônibus. os passageiros olhando nossa espera, o medo do assalto e da violência, apesar de, naquele momento, já termos sido assaltados e violentados por muitas coisas. você olhou para aquele viaduto longe, alto e com um porte de respeito. 'acho que não temos controle sobre nada'. eu concordei, porque me sentia tomada por tudo ali, menos por mim mesma.
[...]
3 comentários:
adorei . Beijos
Você quer voltar com o Raphael, é isso?
Você não entende nada.
É isso.
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