você me empurrou do quinto andar.
não o corpo
ou os sapatos
nem as flores que nunca existiram.
foram os gestos que te dei
embrulhados em fitas coloridas
e papéis regados de tempo e saudade.
o corpo livre dos abraços
não há marcas de unhas nas pinturas
nem o som do violão nas tardes de domingo.
não voei quando caí
talvez porque tivesse pernas
talvez porque tivesse mãos que fazem poesia.
mas não voei,
não voei.
e caí.
Nenhum comentário:
Postar um comentário