quarta-feira, janeiro 22, 2014

você me empurrou do quinto andar.
não o corpo
ou os sapatos
nem as flores que nunca existiram.

foram os gestos que te dei
embrulhados em fitas coloridas
e papéis regados de tempo e saudade.

o corpo livre dos abraços
não há marcas de unhas nas pinturas
nem o som do violão nas tardes de domingo.

não voei quando caí
talvez porque tivesse pernas
talvez porque tivesse mãos que fazem poesia.
mas não voei,
não voei.
e caí.

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