há um sorriso entalado na minha garganta
tem gosto de barulho de chuva
de sábado à noite
de banho fresco no verão.
se esconde no silêncio escuro da voz que nunca vem
do pedido jamais feito
das mãos que já não se encontram
e dos nós que não conseguimos romper.
que faço com esse sorriso sem utilidade?
tinha guardado pra quando fosse te ver
numa tarde sentada na praça, fumando um cigarro
guardei esse sorriso, agora entalado
pra qualquer dia, qualquer vida,
pra quando você voltar.
terça-feira, fevereiro 28, 2017
poema pós moderno sobre vazio existencial em um mergulho de tédio no calor do rio de janeiro
não, não quero nada
não me venham com conclusões
a única conclusão é morrer.
a única conclusão é morrer.
quem me dera a morte fosse uma conclusão
um emaranhado de não querer
o fim descoberto de um abismo com frio
um emaranhado de não querer
o fim descoberto de um abismo com frio
é apenas a invenção do meu tédio
da loucura que acha que é loucura
(na verdade é um puro dia comum)
da loucura que acha que é loucura
(na verdade é um puro dia comum)
sentada refletindo, com a mão apoiadora de pensamentos
bebo um café adocicado
termino e não há sorte pra se ler no fundo do copo.
bebo um café adocicado
termino e não há sorte pra se ler no fundo do copo.
é esse café o presságio da morte?
de novo, achando que é loucura,
só um café açucarado aceitando a fé da palavra.
de novo, achando que é loucura,
só um café açucarado aceitando a fé da palavra.
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