há um sorriso entalado na minha garganta
tem gosto de barulho de chuva
de sábado à noite
de banho fresco no verão.
se esconde no silêncio escuro da voz que nunca vem
do pedido jamais feito
das mãos que já não se encontram
e dos nós que não conseguimos romper.
que faço com esse sorriso sem utilidade?
tinha guardado pra quando fosse te ver
numa tarde sentada na praça, fumando um cigarro
guardei esse sorriso, agora entalado
pra qualquer dia, qualquer vida,
pra quando você voltar.
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