domingo, agosto 05, 2018

não sei habitar 
silêncios
metralho a rua
a casa o quarto
a rede a cama
o canto a teia
de palavras não me
encanta não me
toca não me
diz ao pé do ouvido
acorda há sempre
um endereço no
silêncio há sempre
uma dor que se
aconchega
vou-me embora de qualquer
lugar nenhum
preciso me embarulhar me
confundir gritar rosnar
tiro certeiro nas im-
possibilidades da boca.

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