segunda-feira, dezembro 10, 2018

não tenho escrito nada.
também somos feitos de escuridão.
no papel uma gotícula de café
rascunho de memória insone.
desenho ervas daninhas na beirada
uma preparação para a queda
amortecendo as pontas soltas
o pensamento
uma paisagem deserta.
a parede tão branca
sofre de alzheimer
testemunha mentirosa
como qualquer nada.
tenho bebido tanto café
que lembro dos dias através
de copos
de cheiros
de borrões
hoje amanheceu o corpo
primeiro da cama
depois no gole
é possível escrever
com o barulho da cafeteira?

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