segunda-feira, fevereiro 25, 2013
quisera que o amor
fosse calmo e sereno.
ele é tempestade forte
avassala muros e apartamentos.
minha voz quisera eu
fosse suave e doce.
grita e exclama
palavras de ares quentes.
mas tenho mãos que te afagam,
lábios que te sussurram
e olhares que te adoram.
se nada disso for suficiente,
tenho esse poema
que mesmo mal escrito
perdura para sempre.
fosse calmo e sereno.
ele é tempestade forte
avassala muros e apartamentos.
minha voz quisera eu
fosse suave e doce.
grita e exclama
palavras de ares quentes.
mas tenho mãos que te afagam,
lábios que te sussurram
e olhares que te adoram.
se nada disso for suficiente,
tenho esse poema
que mesmo mal escrito
perdura para sempre.
sábado, fevereiro 23, 2013
quando a noite vem.
queria saber dormir
sem pensar no amanhã,
e no que nunca foi.
acordar madrugadas em silêncio
te saber dos pés à cabeça
no escuro desse quarto.
estalou a luz,
eu estava sonhando o raiar do sol.
me disse 'volta a deitar'
mas a insônia (o amor)
é um demônio
que demora a ir embora.
sem pensar no amanhã,
e no que nunca foi.
acordar madrugadas em silêncio
te saber dos pés à cabeça
no escuro desse quarto.
estalou a luz,
eu estava sonhando o raiar do sol.
me disse 'volta a deitar'
mas a insônia (o amor)
é um demônio
que demora a ir embora.
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
pra você.
vivemos em uma sociedade imersa no lixo, doente dos pés à cabeça, pedindo ajuda e força para resistir no meio da multidão. todas as nossas relações, amizades, namoros, família, ficam deturpadas ou se tornam monstros. mas nós também, sozinhos, encontramos o mesmo caminho, porque somos nós que criamos essas relações, não é mesmo?
o amor existe. é pulsante, dói, te deixa sem ar. é a coisa mais linda do mundo, mesmo quando imundo e fugidio, mesmo quando inventado ou roubado. sabe por quê? porque ele é dialético. deixa eu te explicar: o amor é também desamor. e quando ele se esgota (ou simplesmente se torna outra coisa), nós perdemos uma parte de nós mesmos e nos sentimos sem berço, sem lar, foragidos e solitários.
isso pode parecer normal, uma coisa óbvia. mas não é. tem gente que simplesmente não tem maturidade para amar. depois que termina um relacionamento, destrói qualquer possibilidade de guardar com carinho algo que já foi. sente-se vazio, carente, e pisa em cima de todas as coisas bonitas que aconteceram. diz que o amor não existe, e entra em desespero (com razão, porque começa a perceber o quanto mentiu para as pessoas e para o espelho) e parece que nada que tem nas mãos é verdadeiro.
meu deus, e agora? já sei! vou colocar a culpa na monogamia, nos prolemas do relacionamento, na cobrança, nos ciúmes, no fato de algo em mim ter mudado. que ideia brilhante...
vou te dizer uma coisa. enquanto continuar a ter essa sensação, a pensar dessa forma, a não sair da gaiola que te controla, nada vai preencher seu vazio. você vai continuar com essa gosma escorrendo de dentro de você, como um vômito que vem no verão e parece eterno.
e eu não quero e nem vou compartilhar meus medos ou dores com você. chega.
o amor existe. é pulsante, dói, te deixa sem ar. é a coisa mais linda do mundo, mesmo quando imundo e fugidio, mesmo quando inventado ou roubado. sabe por quê? porque ele é dialético. deixa eu te explicar: o amor é também desamor. e quando ele se esgota (ou simplesmente se torna outra coisa), nós perdemos uma parte de nós mesmos e nos sentimos sem berço, sem lar, foragidos e solitários.
isso pode parecer normal, uma coisa óbvia. mas não é. tem gente que simplesmente não tem maturidade para amar. depois que termina um relacionamento, destrói qualquer possibilidade de guardar com carinho algo que já foi. sente-se vazio, carente, e pisa em cima de todas as coisas bonitas que aconteceram. diz que o amor não existe, e entra em desespero (com razão, porque começa a perceber o quanto mentiu para as pessoas e para o espelho) e parece que nada que tem nas mãos é verdadeiro.
meu deus, e agora? já sei! vou colocar a culpa na monogamia, nos prolemas do relacionamento, na cobrança, nos ciúmes, no fato de algo em mim ter mudado. que ideia brilhante...
vou te dizer uma coisa. enquanto continuar a ter essa sensação, a pensar dessa forma, a não sair da gaiola que te controla, nada vai preencher seu vazio. você vai continuar com essa gosma escorrendo de dentro de você, como um vômito que vem no verão e parece eterno.
e eu não quero e nem vou compartilhar meus medos ou dores com você. chega.
sexta-feira, fevereiro 15, 2013
män som hatar kvinnor I
quando tiramos nossas máscaras no meio do bloco, a purpurina acaba e os confetes caem no chão. o carnaval vai embora, leva nossos amigos, as mãos dadas e o samba no pé. nessa vida, precisamos ter calma. talvez eu não esteja muito acostumada com isso, sempre tive pressa, sou quase uma pessoa correndo para não ser atropelada no meio dos carros.
por que isso aconteceu? me entristece... perdemos a razão, bebemos de mais, começamos a chorar. as fantasias foram rasgadas, as ruas ainda não foram limpas e um cansaço muito forte pede pra ficar (por quanto tempo, até quando?).
às vezes demoramos a aceitar que estamos errados. mas muitas vezes também demoramos a aceitar que estamos certos. é necessário muita luz em frente aos fatos, aos acontecimentos da noite. quando algo assim explode, depois de toda gritaria e confusão, eu me pergunto: o que eu fiz? e agora? o que eu não fiz? e depois?
mas infelizmente não podemos esperar isso das outras pessoas, mesmo que digam que nos amam, que confiam em nós, que escutam o que dizemos e que são nossos amigos. nós, mulheres, sempre nos achamos culpadas de tudo e colocamos nossas vidas nas mãos de estranhos. mas quando um homem avança para cima de mim, porque merecidamente eu o chamei de babaca, eu esperava que minha amiga de anos fosse ficar do meu lado, e não do lado do estranho.
fico mais decepcionada do que indignada, ou a mesma medida dos dois juntos. e aí aqueles pensamentos nebulosos voltam a me assaltar: meu deus, essa sociedade tem salvação? e agora, essa menina com um cara desses! para onde foram os sentimentos nesse embrenhado de carnificina? e eu não consigo ter a resposta de nada e muito menos a solução.
a única coisa que fica é essa sensação de que a qualquer momento morreremos. mas não em paz.
por que isso aconteceu? me entristece... perdemos a razão, bebemos de mais, começamos a chorar. as fantasias foram rasgadas, as ruas ainda não foram limpas e um cansaço muito forte pede pra ficar (por quanto tempo, até quando?).
às vezes demoramos a aceitar que estamos errados. mas muitas vezes também demoramos a aceitar que estamos certos. é necessário muita luz em frente aos fatos, aos acontecimentos da noite. quando algo assim explode, depois de toda gritaria e confusão, eu me pergunto: o que eu fiz? e agora? o que eu não fiz? e depois?
mas infelizmente não podemos esperar isso das outras pessoas, mesmo que digam que nos amam, que confiam em nós, que escutam o que dizemos e que são nossos amigos. nós, mulheres, sempre nos achamos culpadas de tudo e colocamos nossas vidas nas mãos de estranhos. mas quando um homem avança para cima de mim, porque merecidamente eu o chamei de babaca, eu esperava que minha amiga de anos fosse ficar do meu lado, e não do lado do estranho.
fico mais decepcionada do que indignada, ou a mesma medida dos dois juntos. e aí aqueles pensamentos nebulosos voltam a me assaltar: meu deus, essa sociedade tem salvação? e agora, essa menina com um cara desses! para onde foram os sentimentos nesse embrenhado de carnificina? e eu não consigo ter a resposta de nada e muito menos a solução.
a única coisa que fica é essa sensação de que a qualquer momento morreremos. mas não em paz.
quarta-feira, fevereiro 06, 2013
and the rain will kill us all
peguei a bicicleta e coloquei fogo no céu. não sei se era a mente ou os pés que pedalavam. fui por aí, pedindo ao chão, às árvores e aos pedestres que me dessem um caminho ou um sentido para correr atrás. não havia seta nem sinalização, a noite escura já anunciava uma inundação no meu corpo, e os gritos dentro de mim pediam para que eu tomasse o controle.
era demais encontrar um livro pela estrada para que me fizesse respirar um pouco? um personagem contando uma história bonita, como aquelas que me narravam para dormir, ou uma vida em cores variadas, nada cansativa, mas cheia de alguma coisa mágica. páginas amarelas, ressecadas com o tempo, letrinhas minúsculas e pesadas, uma loucura retirada do nada e criada para completar o que mais nos falta.
tropecei várias vezes. parava nas pracinhas, onde senhores jogavam xadrez, pensando na melhor estratégia para poder continuar se movendo. e daí que a chuva já era anunciada e as pessoas corriam para casa? a bicicleta já estava enferrujada, assim como os olhos e as mãos.
meu cabelo foi sendo arrancado pelo vento, fiquei nua no meio da tempestade, esperando as nuvens irem embora. mas aqueles pingos fortes estavam indiferentes à minha tristeza e continuaram me machucando a cada gole que eu pedia para ser tomado.
era demais encontrar um livro pela estrada para que me fizesse respirar um pouco? um personagem contando uma história bonita, como aquelas que me narravam para dormir, ou uma vida em cores variadas, nada cansativa, mas cheia de alguma coisa mágica. páginas amarelas, ressecadas com o tempo, letrinhas minúsculas e pesadas, uma loucura retirada do nada e criada para completar o que mais nos falta.
tropecei várias vezes. parava nas pracinhas, onde senhores jogavam xadrez, pensando na melhor estratégia para poder continuar se movendo. e daí que a chuva já era anunciada e as pessoas corriam para casa? a bicicleta já estava enferrujada, assim como os olhos e as mãos.
meu cabelo foi sendo arrancado pelo vento, fiquei nua no meio da tempestade, esperando as nuvens irem embora. mas aqueles pingos fortes estavam indiferentes à minha tristeza e continuaram me machucando a cada gole que eu pedia para ser tomado.
terça-feira, fevereiro 05, 2013
meu amor,
não tão mais meu agora,
lembrei de um dia em que você me levou para passear no arpoador, mas eu não queria ver as ondas baterem na minha tristeza, muito menos a areia me invadir como que no primeiro sexo. queria beber uma cerveja, estar longe dali, no bar do zé em botafogo ou num boca de esquina na lapa.
fiquei ali, sendo encarada por você e pela noite, aceitando tudo de boa vontade, porque o amor não era uma felicidade morna nem uma dor arrebatadora. era o início de um pequeno desespero bagunçado, uma vontade andando de bicicleta bem na minha frente e eu correndo para alcançá-la.
quando voltamos para casa, você disse que queria ver um filme do woody allen. eu ainda pensava na cerveja e, se fosse para ver um filme, preferia que fosse tarantino. mas me deixei levar de novo e fiquei muito emocionada com a minha coca-cola e o seu gato passando o pelo pelos meus pés. te olhava de canto, te achava um pouco parecido com o personagem principal, e me perguntava se você preferia a penélope cruz ou a scarlett johansson. depois você passava a mão pelos meus cabelos, me puxava e me dava um beijo que me fazia esquecer qualquer coisa, até da saudade que aquele filme me causava, das ondas me julgando no arpoador ou das marcas dos nossos pés que já sumiram da praia.
quando você foi embora, lembra?, eu sentei na varandinha, acendi um cigarro e chorei com orgulho. à noite, ainda consigo respirar um pouquinho das músicas que escutávamos. parece que estou viajando para barcelona ou roma, ou qualquer outro lugar assim. queria que você as tivesse escrito, porque aí me sentiria também respirada por você.
não tão mais meu agora,
lembrei de um dia em que você me levou para passear no arpoador, mas eu não queria ver as ondas baterem na minha tristeza, muito menos a areia me invadir como que no primeiro sexo. queria beber uma cerveja, estar longe dali, no bar do zé em botafogo ou num boca de esquina na lapa.
fiquei ali, sendo encarada por você e pela noite, aceitando tudo de boa vontade, porque o amor não era uma felicidade morna nem uma dor arrebatadora. era o início de um pequeno desespero bagunçado, uma vontade andando de bicicleta bem na minha frente e eu correndo para alcançá-la.
quando voltamos para casa, você disse que queria ver um filme do woody allen. eu ainda pensava na cerveja e, se fosse para ver um filme, preferia que fosse tarantino. mas me deixei levar de novo e fiquei muito emocionada com a minha coca-cola e o seu gato passando o pelo pelos meus pés. te olhava de canto, te achava um pouco parecido com o personagem principal, e me perguntava se você preferia a penélope cruz ou a scarlett johansson. depois você passava a mão pelos meus cabelos, me puxava e me dava um beijo que me fazia esquecer qualquer coisa, até da saudade que aquele filme me causava, das ondas me julgando no arpoador ou das marcas dos nossos pés que já sumiram da praia.
quando você foi embora, lembra?, eu sentei na varandinha, acendi um cigarro e chorei com orgulho. à noite, ainda consigo respirar um pouquinho das músicas que escutávamos. parece que estou viajando para barcelona ou roma, ou qualquer outro lugar assim. queria que você as tivesse escrito, porque aí me sentiria também respirada por você.
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