sexta-feira, fevereiro 15, 2013

män som hatar kvinnor I

quando tiramos nossas máscaras no meio do bloco, a purpurina acaba e os confetes caem no chão. o carnaval vai embora, leva nossos amigos, as mãos dadas e o samba no pé. nessa vida, precisamos ter calma. talvez eu não esteja muito acostumada com isso, sempre tive pressa, sou quase uma pessoa correndo para não ser atropelada no meio dos carros.
por que isso aconteceu? me entristece... perdemos a razão, bebemos de mais, começamos a chorar. as fantasias foram rasgadas, as ruas ainda não foram limpas e um cansaço muito forte pede pra ficar (por quanto tempo, até quando?).
às vezes demoramos a aceitar que estamos errados. mas muitas vezes também demoramos a aceitar que estamos certos. é necessário muita luz em frente aos fatos, aos acontecimentos da noite. quando algo assim explode, depois de toda gritaria e confusão, eu me pergunto: o que eu fiz? e agora? o que eu não fiz? e depois?
mas infelizmente não podemos esperar isso das outras pessoas, mesmo que digam que nos amam, que confiam em nós, que escutam o que dizemos e que são nossos amigos. nós, mulheres, sempre nos achamos culpadas de tudo e colocamos nossas vidas nas mãos de estranhos. mas quando um homem avança para cima de mim, porque merecidamente eu o chamei de babaca, eu esperava que minha amiga de anos fosse ficar do meu lado, e não do lado do estranho.
fico mais decepcionada do que indignada, ou a mesma medida dos dois juntos. e aí aqueles pensamentos nebulosos voltam a me assaltar: meu deus, essa sociedade tem salvação? e agora, essa menina com um cara desses! para onde foram os sentimentos nesse embrenhado de carnificina? e eu não consigo ter a resposta de nada e muito menos a solução.
a única coisa que fica é essa sensação de que a qualquer momento morreremos. mas não em paz.

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