terça-feira, maio 20, 2014

dizem que estou enveredando por caminhos tortos. que da vida não sei medir nem o início nem o fim. que perdi o trem das oito, que o trem das 9 quebrou em santa cruz e tive que ir andando pelos trilhos cantando o silêncio.
não tenho sapatos, por isso os pés queimam no sol e pedem consolo no frio que existe em alguns cantos do país. às vezes correm, depois cansam e choram pela nudez tão sóbria, tão quieta, tão exata. 
acordo e não há sonho que me desperte, não há relógio que me levite. é o arroz cru sem gosto aparente que como, claro e insosso como o hiatus que caiu em mim.
o que dizem também digo, mesmo sem dizer, sem nem mesmo sussurrar, mas quando a gente diz é como se já não tivesse pra onde correr. é como aceitar a missa no domingo e ajoelhar pra rezar até conseguir dar à luz um milagre vivo.

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