quarta-feira, setembro 28, 2016

essa chuva me deu vontade de escrever qualquer coisa. então fiquei tentando lembrar de todos os poemas e contos que me vêm prontos na cabeça, e eu fico escrevendo coisas na minha mente atribulada. são muitas mulheres esquisitas, descalças, bêbadas e fumantes, perdidas com certeza, que me assombram todos os dias, enquanto vou andando pro trabalho escutando rádio. 
aparecem às vezes algumas rimas, ritmos, palavras trocadas. sempre digo pra mim mesma: vou escrever absolutamente em qualquer lugar assim que tiver um papel e uma caneta, ou assim que pegar meu celular onde não possa ser assaltada. mas chego no bendito lugar, onde quer que seja, e já estou pensando em outra coisa, como por exemplo todos os livros que tenho deixado pela metade ao lado da minha cama.
quando estou tomando banho acontece quase o mesmo, mas mergulho mais fundo em abismos. enquanto a água cai, entro em transe, vejo paisagens, nuvens obscuras, dias de sonolência em sarajevo. saio do banho e o cabelo toma minha atenção, ou a música que já começou a tocar no laptop.
mas essa chuva, esse alagamento na rua, o cigarro que fumei tão rápido me trazem de volta o esquecimento, e sinto uma pequena, mas sincera, vontade de chorar por tanta coisa que nem tive, mas já perdi.

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