quinta-feira, junho 15, 2017

às vezes acordo amarga como esse café
que tu bebe e fuma com um dois até dez cigarros
enquanto durar o tempo do café
ou de qualquer angústia
porque tu sabe 
quem fuma tanto assim
enquanto bebe um copinho de café
é porque justifica a morte
ou qualquer outra coisa
já não sabe se engole o café ou as cinzas
ou aquela carta que chegou onde ainda se chegam cartas
quando não estou amarga te escrevo
poemas, escrevo paredes
esqueço de comprar o café que tu bebe no mercado
e não há motivo para acordar com o café
nem com a amargura
porque já nem lembro onde deixei o maço de cigarros.

Nenhum comentário: