minha ocupação é ser poeta
rir com os rios,
chorar enfartos de sílabas soluçantes
saber o momento de calar,
mas mentir no silêncio
trabalho com as rimas do asfalto
marcas passageiras no corpo do chão
passantes e vivos no caminho do verso
nada sei sobre o mundo
apenas sinto o que agora as mãos me permitem:
um salário vazio
mas cheio de mim.
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