terça-feira, agosto 23, 2016

ai vida, ah!, e essa mania de ser sopro
de ser vento, de querer mandar um beijo pelo ar
sai por aí voando, tal pássaro,
às vezes semente, caindo em qualquer lugar.
queria te colocar num bauzinho
cavar fundo na terra e fazer tu virar raiz.
mas não, tu cresce, me despenteia os cabelos
não mudo, que não sou planta, talvez uma flor de liz...
e esses incontáveis poemas que fiz pra tu
com cor de almíscar, cheiro de benjoim
vai, cicatriza meu corpo pequeno e frágil
vai, me joga, me enterra, me renasce em nosso jardim.

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