deixo para o esquecimento
teus cabelos brancos
a falta de ar
o medo da morte.
ainda não fui te visitar,
pois guardo o choro contido em mim
das idas da escola até em casa, passeios
rápidos com a bengala e boina de meu avô.
tuas sílabas soltas de abraços soluçantes
gritos intactos das lembranças de outrora
pássaros que cantam a memória de todos nós.
te dou fotos, desenhos e beijos
que tanto alimento no baú do quarto da penha
balanços vazios, corredores sem crianças
a cozinha não tem mais pastéis nem bolos.
é natal, e o hospital está cheio
os olhos pedindo casa
a vida pedindo fica.
guardo o adeus nesses versos
tentativa de ser anos atrás.
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