domingo, outubro 15, 2006

Elas? Ela.

Elas se reconheciam por um olhar que fosse, doce encontrar de alma. Entendiam-se apenas por um esgar de lábios, tão simples e tão significativo. Não fazia tanto tempo assim que se conheciam. Dez anos, quem sabe doze. Não era tanto, comparado a uma vida inteira, cheia de vivências e gaiolas.
Era até engraçado como a vida dava voltas e voltas e sempre carregava uma lágrima de uma à outra, pedindo para ser acalentada por braços amigos. A amizade, nesse caso, era mais que amizade. Era amor. De carne, de alma, de amiga. A cumplicidade, sem palavra alguma, era a maior sobrevivente de toda a racionalização possível.

Dia quinze de outubro de dois mil e seis. Estavam distantes, porém juntas. Em conexão longe, dessa vez. A saudade já apertava e a vontade de abraçar era grande.

- Poxa, quize anos... Quem diria?

- Não me lembre disso, por favor...

- Para mim, será sempre a menininha. A dos cachicnhos dourados, correndo comigo e me dando a mão para levantar do tombo. Estou com saudades de você...

- Também...

- Mas eu estou de verdade. Da menina que conheci.

O silêncio acarretou. Da menina que conheci. De fato, as mudanças estavam em face, como uma máscara arrancada, deixando apenas a carne viva. Lembranças pulavam na mente das duas. O tempo estava parado, mas passava como um flash diante de seus olhos. Há alguns anos atrás, elas costumavam apostar corrida e pular muro de casas vazias. Agora, elas costumam chorar pela graça perdida.
Afinal, para onde foram os dinossauros? Eles sempre apereciam no quintal da dona Glória, e elas eram obrigadas a fugir. E os anjos que inventavam senhas para acesso ao céu? Para onde foram as horas a fio acordadas sem o assunto acabar? Para onde foram os risos gostosos de criança?

- E onde está essa menina?

- Eu não sei... Ela está em algum lugar, brincando comigo e fugindo de monstros, que se escondem em cabanas.

- Isso daria uma bela história...

Não houve mais pronúncia, de ambos os lados. Os pensamentos eram tantos, que a dificuldade em reconhecê-los era imensa. Achavam que sabiam da vida, mas, nesse momento, comprovam-se a si próprias que não sabiam de nada. Sentiam falta delas mesmas, naquele tempo onde até mesmo catapora era festa. Mas agora não se pode mais voltar, elas sabiam, a vida se vive apenas uma vez.

- Então, para onde nós fomos?

Não se sabe ao certo de onde a pergunta surgiu. Parece que foi a junção de todos seus pensamentos, de ela para ela, até se fundirem em uma questão. A resposta não seria dada por palavras, nem por mímicas ou sinais.

A resposta veio da alma.


Elas ficaram perdidas,
Naqueles dias de verão,
Cheios de doces, de tinta, de água...
De ilusão.

9 comentários:

Anônimo disse...

Sim, minha menina dos cachinhos...
Eu amo você, mais do que pensa, mais do que eu penso. E quanto a "elas", sei que ainda andam pelos dias de verão, mas só aqueles doces, de tinta, de água...
Amo, minha eterna menina.
x*

Anônimo disse...

Ou elas estão bem ai na sua fuça.
E quem ficou perdido foram os dias de verão com ilusão,água,tinta e bla bla bla...
Vocês não cansam das mesmas brincadeiras não,eah ò_o'
Tenta brincar de algo novo!^^

Anônimo disse...

Texto um tanto nostálgico e muito bonito.
De vez em quando eu me minha melhor amiga paramos para lembrar dos dias de brincadeiras, de sonhos inocentes e cheios de esperanças.
Muita coisa mudou ao longo do tempo, mas o importante mesmo é que a cumplicidade e o amor continuam forte.
Enquanto o sentimento bom e puro existir aquelas meninas vão continuar sendo lembradas em seus dias de verão e novos verões poderam ser vividos cheios de alegria e, por que não, um pouco de ilusão.
Beijos

Anônimo disse...

AUINIENA Ç.Ç
ISSO ME DEIXOU TRISTE
NAO TENHO AMIGA DE INFANCIA PQ TIVE QUE ME MUDAR Ç.Ç *CHORA*
quer ser minha amiga da pré-adolescência?
ae a gnt fica velha e lembrambos dos velhos tempos *-*
*morre*
e para com esses textos de 15 anos filha, nao é o fim do mundo! XD

Anônimo disse...

eh, priscila.
para de fazer esses textos de 15 anos, sei que isso eh preoupante pra voce. Ah, quer saber? Dane-se, fica a vontade. O blog eh seu po.

e ficou bonito o texto.

Anônimo disse...

Passando para deixar um beijinho e dizer que essa cumplicidade de entender com um olhar é uma das melhores coisas a se cultivar...
Bjitos!

Nathy disse...

eu não tenho mais contato com a minha amiguinha de infância.
não sinto falta, porque penso que talvez ela tenha mudado tanto, e eu também que já sejamos as duas talvez tão diferente!
quero saber se posso te linkar.
deixei um scrap pra ti.
FELIZ NIVER MOÇA!
=***

Anônimo disse...

Ptz! Vc gosta d screver? Eu adoorrrooo screver fics. Fiz um blog só p postá-las. Qndo der passa lá, ok? Ow... teu blog tah mto sem noção, parebéns!

Bjos

Kaya Barros disse...

Oi Priscila :) Este post me fez relembrar minhas amizades de infância. É isso mesmo, vc traduziu algo que me aconteceu, mais ou menos parecido. O tempo passa, as pessoas mudam... Enfim, tenho amizades que se perderam no tempo. Ficaram apenas as lembranças de nossas brincadeiras, onde a vida era uma constante festa! Beijos*